Os Nossos Amigos

segunda-feira, julho 09, 2007

Testemunho da Sónia

Bom dia!

Agradeço o carinho e a adesão que esta iniciativa está a ter, como foi dito pela PM, vamos publicar a rúbrica dos testemunhos de Infertilidade. No início de cada semana vai ser publicado um testemunho, por ordem de chegada. Será um enorme prazer "passar a pasta" posteriormente para a PM ou para a Margarida, para publicarem as barrinhas e os nascimentos.


O mail para o efeito encontra-se já ali à esquerda, entitulado de Testemunhos, podem usar o vosso nome, um nick, link para blog, fica ao vosso critério. E sem mais demora, cá vai então o testemunho da Sónia, minha amiga da blogoesfera, msn e vida real:





Olá, o meu nome é Sónia e desde Junho de 2004, que estou a tentar engravidar, por isso, aqui fica a minha história:
Tudo começou tinha eu aí uns 12 anos. A minha mãe contou-me que uma das minhas primas favoritas, não ia poder ter filhos. Nesse dia fiquei estarrecida, de tal modo, que comecei a pensar que o mesmo poderia vir a acontecer comigo. É daquelas coisas que não se conseguem explicar, mas desde esse dia, sempre achei que não ia ser fácil ter um filho. Muito antes de ter iniciado a minha vida sexual, já pensava “será que algum dia vou ter filhos?”.
Durante o meu namoro com o meu marido, muitas foram as vezes que me esqueci de tomar a pílula. Entre os 18 e os 20 anos fiz 2 testes de gravidez, sempre negativos claro.
Nessa altura era um alívio, mas começava a ficar com a sensação de que o meu medo se estava a tornar realidade.
Casei em Junho de 2004 e deixei de tomar a pílula 2 meses antes. A ideia era tentar engravidar logo, mas isso não aconteceu, e pelo motivo descrito acima, marquei consulta com a minha ginecologista, em Julho comecei com o chamado “estudo de infertilidade”.
Esse estudo começou com uma série de análises que revelaram um nível de prolactina um bocadinho acima do normal, mas de resto tudo ok.
Comecei a tomar parlodel e claro o tão famoso ácido fólico, ao fim de 2 meses, comecei a tomar Dufine porque a médica estava a suspeitar que não havia ovulação. Entretanto o meu marido fez um espermograma e eu uma histerossalpingografia. Comigo estava tudo bem, o dufine estava a resultar.
Quando veio o resultado do espermograma a médica não ficou muito satisfeita, dizia que não estava mau, mas que também não estava muito bom, o melhor seria fazer um teste pós-coital. Acreditem que de todos os exames que já fiz até hoje, este foi o que mais me custou. Não é nada fácil ter de acordar ás 6.30 da manhã, para fazer sexo tipo coelhos, cheios de sono, a perguntar o porquê disto nos estar a acontecer a nós, nada fácil mesmo. Resultado do teste pós-coital: péssimo. Aí e já tinha passado 1 ano, a médica enviou-me para o serviço de infertilidade do hospital da minha área de residência. Isto aconteceu em meados de 2005 (para terem uma ideia do tempo de espera).
1ª Consulta de infertilidade em Outubro de 2006:
Pensei que já ía sair do hospital com tratamento marcado, mas não. A consulta não demorou mais de 10 minutos e serviu só para a médica pedir novo espermograma porque o outro já tinha quase 2 anos. Saí desiludida com o hospital, mas sempre com a esperança que fosse rápido a partir dali.
2ª Consulta de infertilidade em Janeiro de 2007:
Um médico que mais parecia um cubo de gelo, diz-nos que FIV é a hipótese mais viável, porque o espermograma está muito mau. Não tenho tempo sequer de digerir a noticia, entrega-me uma série de folhas para a mão (que só depois vi que era uma explicação breve do que era uma FIV) e diz-me que só voltaria a ser chamada na melhor das hipóteses dentro de 1 ano, isto se não houvesse pessoas mais velhas (que têm prioridade), saí com uma vontade de desistir que nem imaginam, e aqui estou eu, à espera daquele postal milagroso, que me vai trazer a data do meu 1º tratamento (espero). E com isto tudo já se passaram 3 anos de dor, sofrimento, choro, angústia, mas também 3 anos em que aprendemos a ser mais fortes, a manter-nos mais unidos, e até a rir-nos dos disparates que algumas pessoas dizem, mas isso já é outra história que fica para outro dia.




Muito obrigada pela participação, Sónia! (Ainda vamos fazer o tratamento juntas :P)

3 comentários:

Nádia disse...

admiro toda a coragem destas mulheres!beijokas***

Xana disse...

Sónia, tenho 3 amigas com muita dificuldade em engravidar, cada uma com um grau de gravidade diferente.
Em relacção ao exame pós-coital, com uma das minhas amigas não teve de ser às 6:00. Por acaso até foi à pouco tempo. Há dois fins de semana mandou-os terem relacções sexuais, nos dois dias e na terça feira é que foram ao médico para ela ser examinada.
Admiro-vos imenso. Admiro e dou a maior força às minhas amigas. Sinto como uma causa minha também porque a dor deles é um pouco minha também. Por isso é um dia a vitória deles também será vivida como minha também! Torço tanto por eles e por ti também!

Beijinhos

Cláudia disse...

Gostava de «conhecer » melhor a Sónia mas ão há link para o blog dela...

Bjs grandes e parabéns pela luta, força... a estrelinha está guardada para vocês e é muito especial