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sexta-feira, setembro 28, 2007

Convulsões Febris


Como já passei por esta situação com a minha filha mais velha, achei importante publicar estas informações, para que se alguma vez tenham que passar por uma situação destas com os vossos filhos saibam o que fazer e o que quer efectivamente dizer convulsões febris, sem alarmismos e agirem com a calma possivel numa situação destas.




O que são?
"As convulsões febris são convulsões que aparecem nos primeiros anos de vida – entre os 6 meses e os 6 anos – na presença de uma doença febril geralmente benigna e sem que haja uma lesão neurológica causal."

Quem afectam?
"As convulsões febris afectam 3 a 5% das crianças com maior frequência no sexo masculino, existindo uma predisposição familiar para o seu aparecimento.
A probabilidade de ocorrência deste tipo de convulsões é maior nos 3 primeiros anos de vida, diminuindo progressivamente até por volta do 6 anos."

Como se manifestam?
"As convulsões febris surgem habitualmente no início de uma doença febril coincidindo o seu aparecimento com a subida da temperatura, o que faz com que sejam muitas vezes o primeiro sinal de uma infecção na criança.
A criança pode parecer estranha por momentos, depois o seu corpo fica rígido, com movimentos involuntários e descoordenados da cabeça e membros, podendo ainda revirar os olhos, espumar pela boca e ficar com cianose (tom azulado da pele), particularmente à volta da boca.
As convulsões febris são habitualmente de curta duração – 1 a 2 minutos – mas podem durar até 15 minutos e, excepcionalmente, mais do que isso.
Durante esse período a criança não está consciente mas a sua recuperação é rápida após o fim da convulsão, embora possa haver um período de sonolência depois da crise."

O que fazer perante uma convulsão febril?
"As atitudes a tomar durante uma convulsão febril visam principalmente proteger a criança de qualquer traumatismo acidental.
Assim, deve deitar-se a criança no chão ou outra superfície plana, afastada de objectos duros ou aguçados que a possam magoar, colocar a cabeça de lado de forma a que a saliva escorra da boca sem que se engasgue, e libertá-la de roupa em excesso para facilitar o seu arrefecimento.
Não se deve introduzir nada na boca da criança, nem tentar agarrar-lhe a língua ou impedir os movimentos involuntários característicos das convulsões.
Logo que possível deve avaliar-se a febre e administrar-se um medicamento adequado para a baixar (por exemplo , um supositório de Paracetamol).
Após a convulsão convém contactar o médico assistente para que avalie e trate a causa da febre, já que a convulsão febril em si não necessita de tratamento."

Que consequências tem uma convulsão febril para a criança?
"As convulsões febris não são perigosas para a criança, se excluirmos o risco de traumatismo acidental por bater em qualquer objecto próximo.
Elas não causam lesões cerebrais ou neurológicas, atraso mental ou outros problemas a longo prazo.
O facto de uma criança ter convulsões febris não condiciona o aparecimento posterior de Epilepsia.
A Epilepsia é uma doença neurológica que se caracteriza por convulsões múltiplas e recorrentes, que não são causadas pela febre.
O risco de sofrer de Epilepsia é apenas ligeiramente superior nas crianças que tiveram convulsões febris, particularmente nas que tiveram mais que cinco episódios ou convulsões com uma duração superior a 15 minutos (convulsões febris complicadas)."

Qual a probabilidade de recorrência das convulsões febris?
A probabilidade de ocorrência de uma segunda convulsão está relacionada com a idade de aparecimento da primeira. Quando a primeira convulsão surge antes dos 12 meses de idade há 50% de possibilidades de ocorrer uma segunda convulsão.
Já as crianças que tiveram a primeira convulsão a partir do segundo ano de vida têm apenas 30% de hipótese de vir a ter outra.
Embora as convulsões febris possam repetir-se em diferentes episódios febris, é muito raro que surjam de novo durante o mesmo episódio."

Que exames deve fazer uma criança que teve uma convulsão febril?"
Após uma convulsão febril a criança deve ser observada pelo médico para que este procure identificar a causa da febre.
O diagnóstico da convulsão febril é clínico e não necessita de exames complementares, tais como EEG, TAC ou Ressonância Magnética para a sua confirmação.
Na maioria dos casos não será necessário fazer nenhum exame, a não ser excepcionalmente para confirmar a causa da febre.
Perante uma primeira convulsão febril, particularmente durante o primeiro ano de vida, poderá ser necessário fazer uma punção lombar para excluir a hipótese de uma meningite."

Como se trata uma convulsão febril?
"As convulsões febris não necessitam de tratamento específico, com excepção dos casos raros de convulsões mais prolongadas que poderão beneficiar do uso de um anticonvulsivante prescrito pelo médico.
Para além do controlo da temperatura, a observação da criança permitirá decidir se é necessário administrar medicamentos que tratem a doença que causou a febre."

Como se previnem as convulsões febris?
"Na maioria das situações não há indicação para instituir um tratamento preventivo para as convulsões febris, já que o benefício da medicação não seria superior aos seus riscos. Excepcionalmente, esse tratamento poderá ser necessário, quando se trata de convulsões febris frequentes ou complicadas (com duração superior a 15 minutos).A prevenção das convulsões deve basear-se no controlo cuidadoso da febre, mantendo a criança doente com roupa ligeira e em ambiente pouco aquecido, administrando precocemente medicamentos antipiréticos (que baixam a temperatura) quando tem febre.
As pessoas que cuidam da criança, em casa ou no infantário, devem estar informadas da possibilidade de ocorrência de uma convulsão se a criança tiver febre, conhecer a forma adequada de vigiar e controlar a temperatura, bem como as atitudes correctas a adoptar perante uma convulsão."




In médico assistente

4 comentários:

ViPer disse...

Aqui está um blogue com muita utilidade, e portanto a ter "debaixo de olho", interprete-se "nos favoritos". Parabéns!!!

Luna disse...

obrigado pela informação
bjinhos
Luna

Gina A. disse...

Excelente post! Obrigada por partilharem estas informações. As convulsões febris são, para mim, das coisas que mais receio nos meus filhos. Felizmente, até hoje, não sei o que é isso!

Felicidades a todas!

Beijos

Miúda disse...

Passei por esse susto aos 20 meses da minha menina. Posteriormente á convulsaõ tinha crises de cair sem explicação ( o que mais tarde se veio a saber ser próprio do nascimentos dos dentes, os mesmo que devem ter sido responsáveis pela crise). Foram feitos todos os exames e graças a Deus não teve nada. Mas não desejo a niguem.