Amarante, Maternidade Júlio Dinis, no Porto, e Margarida Leite não tinham. Agora, têm. Quadrigémeos. Nasceram ontem, às 14.48, 14.50, 14.51 e 14.52 horas. De gestação espontânea, caso raríssimo.
Francisco Agostinho foi o primeiro a entrar em cena. Seguiram-no Nuno Gonçalo, Margarida Leonor e Maria Beatriz. Filhos de uma jovem, de 22 anos, e de Jorge Almeida, 13 anos mais velho. São da Lomba, freguesia de Amarante.
"Acho que correu tudo bem. Estou com muitas dores, com tantas que não consigo pensar". O epílogo foi escrito por Margarida Leite, encolhida na sala de recobro, amparada pela mãe, Maria Alice, e pelo marido.
Rosa Maria Rodrigues, chefe do Serviço de Obstetrícia da Maternidade Júlio Dinis e da equipa que assistiu o parto, de cesariana, não a desmente. "A mãe está bem e os bebés também. Os procedimentos não foram muito diferentes do usual. O acompanhamento prévio é que foi mais apertado, até porque os nascimentos só estavam previstos para daqui a cerca de duas semanas".
Se tal se tivesse verificado, Margarida Leite completaria quase três quinzenas internada.
As crianças não vão, durante "um mês, mês e meio", conhecer outro tecto que não seja o da maternidade. Segundo a pediatra Ana Braga, as meninas estão com respiração assistida, circunstância "normal" em prematuros, no caso, de 29 semanas e cinco dias.
Dentro da absoluta normalidade, inscreveram-se igualmente as lágrimas que o corredor de acesso à sala de partos testemunhou. As de angústia e de alegria de Jorge e Maria Alice. Espaçadas por cerca de uma hora. Tímidas.
Rebobinar.
"Sabes que vou ter quatro bebés?"
"Quatro? Ai, Nossa Senhora. São tantos".
Ocorrido após uma ecografia no hospital de Penafiel, o minúsculo diálogo informou Maria Alice de que, dentro de meses, passaria a ser avó de sete netos. "Foi Deus que nos deu. Encarámos bem. Mesmo que não encarássemos...", sorri, ao "Jornal de Notícias".
A verdade é que a vida não vai ser apenas em tons de rosa e azul. Margarida e Jorge - auxiliar de acção médica no Hospital S. Gonçalo, em Amarante - vivem com os pais dela. Só os homens é que convidam o salário a entrar lá em casa. "Cestos e carrinhos é o que nos faz mais falta", admite Maria Alice.
"A Dodot e a Nestlé já se disponibilizaram a oferecer fraldas e leite. E escrevi a outras empresas, como a Mustela", tinha segredado, quando as contracções ainda permitiam o verbo, Margarida. Na ocasião, os nervos e o medo já se tinham alojado junto à futura mãe.
Quando forem para a Lomba, os quatro gémeos - falsos - têm à sua espera um quarto, que terá de servir até "haver possibilidades de arranjar um para os meninos e outro para as meninas", afirma a avó.
"Vai ser um bocado complicado, mas tudo será feito para que não falte nada". É óbvio, mas a um pai fica bem.
Curiosamente, a melhor síntese - elaborada ainda em período pré-parto - da nova realidade ficou por conta da vizinha de Margarida na sala 3 de Cuidados Especiais. Andreia, proprietária de olhos claros e de uma gravidez de duas meninas "Quando soube da situação dela, achei que já não tinha problema nenhum".
Francisco Agostinho foi o primeiro a entrar em cena. Seguiram-no Nuno Gonçalo, Margarida Leonor e Maria Beatriz. Filhos de uma jovem, de 22 anos, e de Jorge Almeida, 13 anos mais velho. São da Lomba, freguesia de Amarante.
"Acho que correu tudo bem. Estou com muitas dores, com tantas que não consigo pensar". O epílogo foi escrito por Margarida Leite, encolhida na sala de recobro, amparada pela mãe, Maria Alice, e pelo marido.
Rosa Maria Rodrigues, chefe do Serviço de Obstetrícia da Maternidade Júlio Dinis e da equipa que assistiu o parto, de cesariana, não a desmente. "A mãe está bem e os bebés também. Os procedimentos não foram muito diferentes do usual. O acompanhamento prévio é que foi mais apertado, até porque os nascimentos só estavam previstos para daqui a cerca de duas semanas".
Se tal se tivesse verificado, Margarida Leite completaria quase três quinzenas internada.
As crianças não vão, durante "um mês, mês e meio", conhecer outro tecto que não seja o da maternidade. Segundo a pediatra Ana Braga, as meninas estão com respiração assistida, circunstância "normal" em prematuros, no caso, de 29 semanas e cinco dias.
Dentro da absoluta normalidade, inscreveram-se igualmente as lágrimas que o corredor de acesso à sala de partos testemunhou. As de angústia e de alegria de Jorge e Maria Alice. Espaçadas por cerca de uma hora. Tímidas.
Rebobinar.
"Sabes que vou ter quatro bebés?"
"Quatro? Ai, Nossa Senhora. São tantos".
Ocorrido após uma ecografia no hospital de Penafiel, o minúsculo diálogo informou Maria Alice de que, dentro de meses, passaria a ser avó de sete netos. "Foi Deus que nos deu. Encarámos bem. Mesmo que não encarássemos...", sorri, ao "Jornal de Notícias".
A verdade é que a vida não vai ser apenas em tons de rosa e azul. Margarida e Jorge - auxiliar de acção médica no Hospital S. Gonçalo, em Amarante - vivem com os pais dela. Só os homens é que convidam o salário a entrar lá em casa. "Cestos e carrinhos é o que nos faz mais falta", admite Maria Alice.
"A Dodot e a Nestlé já se disponibilizaram a oferecer fraldas e leite. E escrevi a outras empresas, como a Mustela", tinha segredado, quando as contracções ainda permitiam o verbo, Margarida. Na ocasião, os nervos e o medo já se tinham alojado junto à futura mãe.
Quando forem para a Lomba, os quatro gémeos - falsos - têm à sua espera um quarto, que terá de servir até "haver possibilidades de arranjar um para os meninos e outro para as meninas", afirma a avó.
"Vai ser um bocado complicado, mas tudo será feito para que não falte nada". É óbvio, mas a um pai fica bem.
Curiosamente, a melhor síntese - elaborada ainda em período pré-parto - da nova realidade ficou por conta da vizinha de Margarida na sala 3 de Cuidados Especiais. Andreia, proprietária de olhos claros e de uma gravidez de duas meninas "Quando soube da situação dela, achei que já não tinha problema nenhum".
Fonte: JN
Adenda: O Francisco Agostinho nasceu com 1,235 Kg, o Nuno Gonçalo com 1,130 Kg, a Margarida Leonor com 1,320 Kg e a Maria Beatriz com 1,230 Kg!!
2 comentários:
Que Deus os abençoe a todos com muita saude,amor e alegria e também muita força...sou mãe de 2, e não saõ gémeos e ás vezes é um pouco complicado!
Muitas Felicidades para toda a familia.
Carla Silva
imagino que não será nada mesmo nada facil....mas é a magia da vida no seu máximo esplendor-que tenham muita força para aguentar esta batalha diária de ter 4 bébés em casa
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