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terça-feira, maio 06, 2008

Um em cada sete casais debate-se com problemas de fertilidade

Cerca de 500 mil casais portugueses debatem-se actualmente com a questão da infertilidade, que é já um dos principais problemas de saúde pública.Pela primeira vez, no Orçamento de Estado de 2008, foram anunciadas medidas de apoio à natalidade que incluíam financiamento à Procriação Medicamente Assistida (PMA). Contudo, até à data não foi apresentada a calendarização nem os termos para a aplicação concreta destas medidas. Cláudia Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Infertilidade, considera positiva a regulamentação da Lei, mas julga preocupante este atraso e falta de informação na execução do financiamento à PMA, uma vez que muitos casais estão a adiar os seus projectos de vida na expectativa de serem ajudados pelo Serviço Nacional de Saúde. As declarações foram feitas no âmbito da campanha «500 mil mulheres querem começar a celebrar o Dia da Mãe», ligada à comemoração da maternidade, assinalada ontem. Estima-se que cada um em sete casais tenha problemas de fertilidade e que, anualmente, surjam 10 mil novos casais com dificuldades em conceber. Além de todo o desgaste emocional, o esforço financeiro exigido é, nalguns casos, insustentável para a média dos salários auferidos em Portugal. Um ciclo de tratamento pode ascender aos 5 mil euros e, no entanto, as probabilidades de se conseguir uma gravidez rondam apenas os 30 por cento.As dificuldades financeiras são acrescidas pelo facto das companhias de seguro não reconhecerem a infertilidade como uma doença, situação inquietante para Cláudia Vieira. Com a regulamentação da lei da Procriação Medicamente Assistida publicada em Fevereiro de 2008, algumas mudanças irão ocorrer, nomeadamente as regras de funcionamento, auditoria, inspecção e fiscalização dos centros de PMA, a formação das equipas, e protecção de dados pessoais. Porém, continuam a surgir muitas dúvidas e questões relativamente à sua implementação e execução, já que se trata de uma Lei que vem colmatar um vazio legal que dura há mais de 20 anos. Numa altura em que a diminuição da natalidade é uma preocupação política, a Associação Portuguesa de Infertilidade considera fundamental um maior apoio aos casais inférteis. A infertilidade é a incapacidade de um casal conceber após um ano de vida sexual contínua sem métodos contraceptivos. Na maioria das vezes, advém de problemas de ambos os parceiros ou a causa não é conhecida.

In Notícias da manhã

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