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quinta-feira, agosto 07, 2008

Infertilidade: Especialista defende criação de rede sanitária nacional


Coimbra, 16 Jul (Lusa) - O especialista em genética Agostinho Almeida Santos, que ajudou a nascer 17 mil bebés filhos de casais com problemas de infertilidade, defendeu hoje a criação de uma rede sanitária nacional no âmbito da esterilidade.

"A primeira opção do Estado para apoiar os casais com problemas de esterilidade seria criar uma rede sanitária nacional", disse hoje à agência Lusa o catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Segundo Agostinho Almeida Santos, a criação desta rede encontra-se prevista na legislação, sem, contudo, ter sido implementada na prática.
"Seria uma via facilitadora e coerente, partindo de um modelo - a rede de saúde materno-infantil - que é eficaz", para apoiar os cerca de 400 mil casais com problemas de esterilidade que desejam ter filhos - vincou.
O director do Departamento de Medicina Materno-Fetal, Genética e Reprodução Humana dos Hospitais da Universidade de Coimbra falava à agência Lusa a propósito de uma palestra que proferiu recentemente sobre "O Início da Vida".
Nessa sessão, que decorreu no Rotary Club de Coimbra/Olivais, Agostinho Almeida Santos revelou que, ao longo dos seus 42 anos de actividade, ajudou a nascer cerca de 17 mil bebés filhos de casais com problemas de esterilidade que tratou.
"É preciso fazer o diagnóstico, ver a causa de o casal não poder ter filhos, para depois corrigir a anomalia", frisou o catedrático.
Segundo o médico, 65 a 70 por cento dos problemas de casais estéreis são resolvidos sem necessidade de recorrer a técnicas de procriação assistida, como a fecundação in vitro, ou o GIFT, que introduziu em Portugal.
Uma nota acerca da palestra refere que "Agostinho Almeida Santos aludiu ao grave problema que constitui a quebra do índice de natalidade da população portuguesa, sustentando que não será com os 300 euros de "prémio" por cada filho que se consegue inverter essa tendência".
"Defendeu ainda que uma medida que certamente teria efeitos muito positivos seria a de apoiar cerca de 400 mil casais que estimou existirem actualmente em Portugal com problemas de esterilidade e que desejam ter filhos, muitos dos quais poderiam ver esse seu sonho concretizado se existissem mais apoios por parte do Estado para uma eficaz resposta médica", adianta.
"O país devia dar atenção aos problemas ao problema demográfico, senão em 2050 estará despovoado ou terá só pessoas sexagenárias", advertiu hoje.


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