Os Nossos Amigos

terça-feira, agosto 26, 2008

Testemunho de Parto da Mamã Cristina

No dia 21 de Julho de 2008 acordamos bem cedo, não dormi nada nessa noite com os nervos, acordamos por volta das 5 da manha para eu tomar o meu banhinho e um pequeno almoço e irmos buscar a sogrita (a mama já tava connosco) e partir em direcção a Viana do Castelo para estar lá bem cedinho, eram 7h30 e já lá estávamos a espera das 8 para entrar... As oito eu e o papa fomos fazer o check-in e rumamos em direcção ao 5º andar para a sala de espera, quando lá cheguei juntamente comigo estavam mais grávidas éramos tantas!!! Eu fiquei logo atrofiada pois a medica mandou-nos a todas no mesmo dia para nos induzir o parto, 5 minutos depois ouvi o meu nome, lá fui eu fazer o CTG que mais uma x não registava qualquer presença de contracções, e lá me dirigiram para o consultório da médica, e não é que quando me foram fazer o toque, mal me deito na marquesa rebentam-me as águas? já tinha 2 cm de dilatação, então a médica colocou-me umas “coisas” não sei bem o que era para acelerar o parto, fui buscar o papa e lá fomos nós para o gabinete três onde me vestiram a rigor e me deitei na cama, era ali onde eu e o papa iríamos passar o resto do dia, e era ali também onde eu iria ter o meu bebe.
Ligaram-me a CTG e já eu estava com contracções de 2 em 2 minutos, mas bastante controláveis, eu lá ia praticando a respiração, com a ajuda das fantásticas enfermeiras a quem eu tenho muito que agradecer.
Ate ao meio-dia tudo corria as mil maravilhas as contracções eram muito seguidas mas nada que não se controla-se.
A partir do meio-dia as coisas começaram a ficar um pouco criticas, tinha contracções muito seguidas e já me contorcia toda na cama nem havia respiração que me valesse pois por varias x que hiperventilei o que não ajudou nada.
As três veio a anestesista a doutora rosa, 5 estrelas, lá me pus na posição fetal e opa toca a administrar a epidural que não me custou absolutamente nada, 20 minutos depois já eu estava nas nuvens com a epidural na ser administrada a 12 ml/h. Deu para eu e o papa dormir mos uma soneca e que bem soube.
As 4 da tarde já eu tinha os 10 dedos de dilatação, e só ouvi a enfermeira a dizer que eu ia ser a primeira a despachar-me (mal eu sabia o que me esperava), a mulher que estava no gabinete do lado só tinha ainda um dedo de dilatação e tinha vindo primeiro que eu, só que uma hora depois para surpresa das surpresas ouvimos o primeiro bebe a dar um choro, a mais atrasada foi a primeira a despachar-se.
Lá veio a medica das cesarianas para os gabinetes e veio visitar-me as 6 da tarde e só me disse: “ Cristina a bebe esta muito subida, por isso puxe, aproveite as contracções”, e eu lá ia puxando a verdade é que sem vontade nenhuma, pois não sentia nada, entretanto vinham outras enfermeiras e obstetras faziam-me toques horríveis posso dizer pois estavam a tentar virar a bebe de barriga para baixo, a enfermeira parteira só dizia, é melhor passar-mos para cesariana ou ela não sai daqui, vinha a medica e dizia que eu tinha muito espaço só tinha era de puxar, e decidiu tirar-me a epidural, e aí sim, a partir daí foi horrível, as contracções eram fortíssimas eu contorcia-me como uma louca, admito que berrei e muito, e lá iam aparecendo enfermeiras e medicas a tocarem-me e eu estava prestes a dar em louca, a parteira não estava a gostar nada, e só ouvia “parece que vou ter de ir tirar outra x o curso”, tanto eu como o meu marido notamos que haviam um clima estranho entre elas, o que sobrou para mim, vinha uma e dava-lhe o copo para a mão ao alex, a seguir vinha outra e tirava-lhe, agora já podia beber agua, a seguir já não, uma dizia puxe, outra dizia para não puxar pois estava a cansar-me e eu ali, a assistir as zaragatas de médicos/enfermeiros, supliquei mil x para me ajudarem, chorei agarrada ao Alexandre, pedi por tudo para me tirarem as dores, e a parteira olhava para mim e só dizia “ filha desculpa eu adorava ajudar-te mas não posso fazer nada, a médica se quisesse já te tinha feito o parto não sei porque te estão a sujeitar a isto”.
Estava prestes a dar em louca, e nos a ouvirmos bebes a chorar e a velas a correr de uns gabinetes para outros para fazer outros partos, as dez lá decidiram que era a minha hora, veio a medica e a outra médica (a que a substituiu quando foi de ferias a que denominei GO substituta), e lá depois de berrarem comigo pois eu só me encolhia com as contracções (depois de 4 horas a penar com elas ao máximo) e lá trouxeram as ventosas, o meu maridão do meu lado direito a dar-me toda a força do mundo, a parteira sentou-se ao fundo do gabinete e só olhava para mim com cara de piedade, comecei a puxar com as contracções o máximo que podia quando a outra médica se colocou em cima de mim com os cotovelos, aí sim, ai estava mesmo a desfalecer, a médica tentava com as ventosas mas sempre que tinha uma contracção a bebe subia e a ventosa nada podia fazer, e eu lá puxava com todas as minhas forças ate que levei duas tesoiradas e só vi o alex a encolher-se, no meio de tanto puxar e de tantos cotovelos em cima lá sinto a minha bebe a sair de mim, e só ouço o Alexandre dizer, Amor é cabeluda como o pai, e a médica a dizer-me “olhe a sua filha” eu levantei a cabeça e vi-a nas mãos da médica que logo a pousou em cima de mim, eu delirei, naquele momento passou tudo olhei para ela a ouvi-la chorar, e escorreram duas lágrimas na minha cara, não consigo descrever o que senti, é daquelas coisas que por mais anos que vivamos nunca vamos conseguir descrever o que sentimos, o papa cortou o cordão como um grande, e a parteira (que afinal nada fez) pediu-me autorização para lhe passar a bebe para a vestir etc., e eu lá lhe passei a minha mais que tudo.
Nasceu a Ana Sofia as 22:40 com 3790kg e 53 cm.
A médica lá saiu a correr para outro gabinete e eu lá fiquei (de pernas abertas hehe) a ver a minha filha a ser lavada e vestida, a enfermeira chegou ao pé de mim e disse-me, parabéns foi uma grande mulher. O papa lá foi mostrar a menina a famelga que se encontrava toda na sala de espera.
Quando voltou sentou-se ao meu lado e ficamos os dois a admirar a nossa beldade, eu continuava com contracções e as 23:30 lá sai a placenta e lá nos estiveram a amostrar e a explicar como o bebe estivera etc.
Logo depois chegou a medica para me coser, enquanto ela me cosia eu admirava a minha filha que se encontrava nos braços do pai.
Ela chorava tanto, tanto, ate que vi a cabeça dela e estava toda ferida e inchada, decidiram chamar o pediatra para lhe dar qualquer coisa para as dores a bebe.
O papa teve de ir embora e eu depois de ter levado 8 pontos externos e mais uma quantidade deles internos agarrei a minha filha nos braços e admirei cm por cm da face dela, depois de ser vista pelo medico meteram a no meu peito e ela mamou como uma grande mulher.
As 3 da manha passara-me para o quarto a bebe ainda chorava muito (naquela noite ninguém dormiu na maternidade) as 6 da manha o remédio fez efeito e ela acalmou-se.
O resto dos dias foi muito calmos.

Agora digo a todas as mamas e futuras mamas, eu sofri muito foram 14 horas de parto muito complicadas, temi pela vida da minha filha, senti-me fraca e impotente mas depois de a a ter nos braços tudo passou e hoje digo por ela passaria tudo outra x ate a dobrar se fosse preciso!
Nós as mulheres temos a capacidade de esquecer muito depressa. Pois o amor vence tudo.

O meu marido foi a ajuda mais preciosa que poderia ter. O facto de termos alguém ao nosso lado a dar-nos força é muito importante, é 50% da ajuda para um parto mais fácil.

As instalações do hospital (CHAM) são 5 estrelas, temos um quarto super bem equipado para cada grávida e é lá que tudo acontece desde o período de dilatação ate ao parto, exames do bebe, recobro etc.
É um hospital que esta muito bem equipado para um hospital publico.

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