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domingo, fevereiro 03, 2008

Dar à luz dentro de água numa piscina em casa

Piscina insuflável demora pouco tempo a encher de água e ar e não pode ser reutilizada Uma futura mãe que deseje ter o bebé dentro de água pode fazê-lo em casa, desde que a gravidez tenha decorrido sem problemas e disponha do acompanhamento adequado para viver o momento com tempo e serenidade.

Uma vez que o parto na água ainda não é possível no sistema de saúde público português, nem nas clínicas ou hospitais privados, uma grávida que acalente esse desejo tem de optar por dar à luz em casa, contando, para isso, com o apoio de uma parteira ou parteiro e de meios que concedam segurança e conforto à mãe e ao bebé.

Decidida a "lutar para que o parto na água fosse uma realidade em Portugal", Sandra Oliveira, da BioNascimento (www.bionascimento.com), começou, no início de 2006, a comercializar as piscinas insufláveis La Bassine, criadas por Carine Pouypoudat, que se enchem de ar em três minutos e de água (400 litros) em menos de 20, tendo um custo a rondar os 125 euros.

Até ao momento, a BioNascimento já vendeu 26 piscinas e Sandra Oliveira sabe que dezena e meia de bebés "nasceram efectivamente dentro de água, ou seja, a expulsão deu-se no meio aquático", tendo ela própria acompanhado 11 desses casos no âmbito das suas funções de doula.

A doula é uma mulher que presta suporte psicológico e emocional à grávida - ou ao casal, pois "às vezes são os futuros pais que estão mais frágeis" - antes e durante o parto, dando também algum apoio pós-natal. No geral, a companhia de uma doula custa entre 150 e 450 euros.

Sandra Oliveira, que começou a interessar-se pelo apoio às grávidas e pelos partos naturais - nomeadamente o parto na água-, após o nascimento da filha, no ano 2000, iniciou uma pesquisa mais exaustiva sobre o tema , trocando uma carreira na área da assistência ao cliente pelo projecto BioNascimento.

Apesar das renitências manifestadas por alguns médicos em relação à expulsão do bebé no meio aquático, Sandra Oliveira afirma que "não há indicações de que, a nível de infecções, um parto na água seja menos seguro do que um parto fora de água". "Aliás, nos partos na água a que assisti, a taxa de complicações foi de 0%", assegurou a doula, esclarecendo que "os problemas de infecções não se colocam se forem tidos cuidados com a qualidade da água - mediante análises e a colocação de filtros - e se a piscina não for reutilizada". Quanto aos custos para um hospital que adoptasse La Bassine, uma vez que cada piscina só pode ser usada para um parto, Sandra Oliveira afirmou que "mesmo sem hipótese de reutilização, a piscina fica mais barata do que o custo dos fármacos da epidural, somado ao pagamento de um anestesista".

Mas enquanto os partos na água numa instituição hospitalar não se concretizam, a responsável da BioNascimento vai acompanhando as grávidas no domicílio, respondendo aos mais cépticos que, "com o encerramento de tantas maternidades em Portugal, mais vale um parto em casa devidamente planeado do que numa ambulância".* agência Lusa
Fonte: JN
03/02/08

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