Há muito, que desejo "falar" sobre quanto custa ser infértil em Portugal.
Começamos por sentir que a gravidez não chega. Procuramos ginecologistas,
Preço por consulta: 70,00€
Fazemos ecografias: mais 25,00€
Histerossalpingografia: 250,00€
Análises, espermograma: 80,00€
São precisas muitas consultas, ecografias, análises e espermogramas
Controlamos temperaturas, contamos os dias e as horas em que o nosso sistema reprodutor, como que um relógio dita que é naquele momento que tudo vai acontecer. Criamos ilusões, esperanças, sonhamos...e desabamos por terra.
Acabamos por recorrer a ajuda especializada. Procuramos nos poucos centros públicos disponíveis no País e criamos ilusões novamente, mas as esperas, as intermináveis listas de espera, arrastam-nos para tràs quando a nossa vontade é fazer o sentido inverso.
Acabamos por procurar ajuda nos centros privados.
Cada consulta: entre 80,00€ e 130,00€,
Espermograma: 80,00€
Análises: gastei recentemente 800,00€ em análises e estudo molecular (sem comparticipação)
Histeroscopia: 180,00€
Ecografia: 25,00€
Diagnósticos feitos, avançamos para PMA (Procriação Médicamente Assistida)
IIU (Insiminação Intra-Uterina): 600,00€
FIV (Fertilização In-Vitro): 3000,00€
ICSI (Micro-injecção): 5000,00€
DGPI (Diagnóstico Genético Pré-Implantatório): 8000,00€
Doação de Gâmetas: 6500,00€
Medicação: 1000,00€ por cada tratamento
Seringas: 0,70€ (são precisas cerca de 30 ou mais por tratamento.
No meu caso e no de alguns casais juntamos aos custos o gasóleo, portagens, e desgaste do carro, porque fazemos 560 km: cerca de 500,00€ por tratamento.
Partindo do principio que se têm que fazer várias tentativas de tratamentos para se conseguir uma gravidez, e fazendo as contas aos custos, assim chegamos à conclusão que não podermos ir tantas vezes jantar fora como a maioria dos casais o fazem, não podemos ir de férias para onde desejariamos como tantas outras pessoas o fazem, não podemos ter a casa dos nossos sonhos, o carro que idealizamos, porque tudo o que conseguimos amealhar é para o nosso filho...o filho que ainda não existe, mas pelo qual já investimos tanto.
As pessoas que têm filhos queixam-se dos custos dos infantários, das roupas que deixam de servir, do custo dos livros escolares...quem me dera que todo o dinheiro que já gastei fosse para esses fins. Quem me dera...
Neste momento preciso ter 9.500,00€ para fazer um tratamento que nem sei se vai resultar.
Infelizmente o Estado não apoia os casais inférteis. Cada vez mais as pessoas constituem família mais tarde, esquecendo-se que o nosso sistema reprodutor tem um prazo de validade muito curto. Como é que um casal que está com 36 anos (por ex.) consegue inscrição num centro público? Se depois vai ter que estar cerca de 2 a 3 anos em lista de espera para fazer um tratamento? Quando chegar esse dia já excedeu o limite de idade imposto pelo hospital. E como é que um casal mesmo que seja mais novo consegue ficar parado a ver os anos a passarem à espera que o telefone toque e oiça: - chegou a sua vez. E depois? Se não resultar este tratamento, mais 2 anos à espera de uma nova oportunidade?
E as Seguradoras? Porque não se chegam à frente com este tipo de tratamentos se esta é uma doença reconhecida pela OMS?
E porque é que os medicamentos para a estimulação têm menos comparticipação que os outros medicamentos? A Infertilidade é uma DOENÇA, e deve ser reconhecida como tal.
Quando é que somos ouvidos? Quando é que temos respostas?
Começamos por sentir que a gravidez não chega. Procuramos ginecologistas,
Preço por consulta: 70,00€
Fazemos ecografias: mais 25,00€
Histerossalpingografia: 250,00€
Análises, espermograma: 80,00€
São precisas muitas consultas, ecografias, análises e espermogramas
Controlamos temperaturas, contamos os dias e as horas em que o nosso sistema reprodutor, como que um relógio dita que é naquele momento que tudo vai acontecer. Criamos ilusões, esperanças, sonhamos...e desabamos por terra.
Acabamos por recorrer a ajuda especializada. Procuramos nos poucos centros públicos disponíveis no País e criamos ilusões novamente, mas as esperas, as intermináveis listas de espera, arrastam-nos para tràs quando a nossa vontade é fazer o sentido inverso.
Acabamos por procurar ajuda nos centros privados.
Cada consulta: entre 80,00€ e 130,00€,
Espermograma: 80,00€
Análises: gastei recentemente 800,00€ em análises e estudo molecular (sem comparticipação)
Histeroscopia: 180,00€
Ecografia: 25,00€
Diagnósticos feitos, avançamos para PMA (Procriação Médicamente Assistida)
IIU (Insiminação Intra-Uterina): 600,00€
FIV (Fertilização In-Vitro): 3000,00€
ICSI (Micro-injecção): 5000,00€
DGPI (Diagnóstico Genético Pré-Implantatório): 8000,00€
Doação de Gâmetas: 6500,00€
Medicação: 1000,00€ por cada tratamento
Seringas: 0,70€ (são precisas cerca de 30 ou mais por tratamento.
No meu caso e no de alguns casais juntamos aos custos o gasóleo, portagens, e desgaste do carro, porque fazemos 560 km: cerca de 500,00€ por tratamento.
Partindo do principio que se têm que fazer várias tentativas de tratamentos para se conseguir uma gravidez, e fazendo as contas aos custos, assim chegamos à conclusão que não podermos ir tantas vezes jantar fora como a maioria dos casais o fazem, não podemos ir de férias para onde desejariamos como tantas outras pessoas o fazem, não podemos ter a casa dos nossos sonhos, o carro que idealizamos, porque tudo o que conseguimos amealhar é para o nosso filho...o filho que ainda não existe, mas pelo qual já investimos tanto.
As pessoas que têm filhos queixam-se dos custos dos infantários, das roupas que deixam de servir, do custo dos livros escolares...quem me dera que todo o dinheiro que já gastei fosse para esses fins. Quem me dera...
Neste momento preciso ter 9.500,00€ para fazer um tratamento que nem sei se vai resultar.
Infelizmente o Estado não apoia os casais inférteis. Cada vez mais as pessoas constituem família mais tarde, esquecendo-se que o nosso sistema reprodutor tem um prazo de validade muito curto. Como é que um casal que está com 36 anos (por ex.) consegue inscrição num centro público? Se depois vai ter que estar cerca de 2 a 3 anos em lista de espera para fazer um tratamento? Quando chegar esse dia já excedeu o limite de idade imposto pelo hospital. E como é que um casal mesmo que seja mais novo consegue ficar parado a ver os anos a passarem à espera que o telefone toque e oiça: - chegou a sua vez. E depois? Se não resultar este tratamento, mais 2 anos à espera de uma nova oportunidade?
E as Seguradoras? Porque não se chegam à frente com este tipo de tratamentos se esta é uma doença reconhecida pela OMS?
E porque é que os medicamentos para a estimulação têm menos comparticipação que os outros medicamentos? A Infertilidade é uma DOENÇA, e deve ser reconhecida como tal.
Quando é que somos ouvidos? Quando é que temos respostas?
Por Susana Pina
4 comentários:
Clara, não me importo nada, é sempre bom alertamos todos para este Grande problema que é a falta de apoios. Estou a preparar a continuação daquele post, devido a insinuações de que tenho sido alvo.
Bjs amigos e Obrigada
Susana
Obrigada Susana por o fazeres.... por dares voz a dor de tanta gente!!!
Beijocas especiais para ti
Susana, acompanho a tua luta, a vossa luta e não poderia estar mais de acordo com as tuas palavras!
Deixo-te um beijo com carinho e solidariedade :)
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Susaninha obrigado por falares por todas nós.
Sinto uma grande revolta porque vejo que ninguém faz nada, como vamos conseguir ajudas??? Os anos estão a passar e nada, com 36 naos que tenho se quiser ir ao publico sou tendida aos 37? E se ñ resultar? Com tanto tempo de espera posso esquecer os ttt no publico. É terrivel sentir os anos a passar por nós e vermos cada vez mais o relogio a chegar á recta...
Porque o estado ñ ajuda pessoas como nós? Que país é o nosso? Será que ñ sentem as nossas palavras, os nossos lamentos...???
Enquanto que para outras coisas é chegar e já está...........
ñ somos diferebtes de ninguém por isso tratem-nos como tal!
Bjs amiga
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