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domingo, novembro 09, 2008

Banco de leite materno

Entre Dezembro e Janeiro estará a funcionar na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, em Lisboa. Trará inúmeros benefícios aos bebés prematuros e a todos aqueles que não possam ser amamentados.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou que um banco de leite materno em irá funcionar na Maternidade Dr. Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, e que outras instituições com elevado número de bebés prematuros estão interessadas no projecto.

«Sei que há outros hospitais que terão esse interesse, principalmente os hospitais que têm muitos pré-termos», disse à Lusa Ana Jorge, à margem na Conferência da UNICEF/Comissão Nacional da Iniciativa dos Hospitais Amigos dos Bebés, que assinala a «Semana do Aleitamento materno».

O director de obstetrícia da MAC, Jorge Branco, revelou que o Banco de Leite Materno começará a funcionar entre 15 de Dezembro e 15 de Janeiro e que custou menos de 40 mil euros.

Ana Jorge lembrou que os bancos de leite foram prática há alguns anos, mas que foram postos de lado devido ao risco das doenças transmissíveis. «Hoje talvez façam todo o sentido», sublinhou.

Em toda a Europa exitem mais de 130 bancos de leite materno. Muitos deles têm serviço de recolha no domicílio. O Brasil tem a maior rede de bancos de leite do mundo.
Actualmente, há processos de tratamento, em que o leite materno não perde as suas qualidades e permitem que possam ser «seguros para as pessoas», justificou.

As mulheres que tenham excesso de leite podem doá-lo ao banco para suprir as carências de bebés que não podem ser alimentados pelas suas mães, como os bebés prematuros e os filhos de infectadas com HIV, tuberculose ou hepatites.

«Ministra defende ligação entre hospitais e centros de saúde»
Ana Jorge defendeu ainda uma interligação entre centros de saúde e hospitais, que deviam utilizar «práticas comuns e a mesma linguagem». Esta será uma forma de as mulheres se sentirem «mais confiantes».

A ligação entre o local onde o bebé nasceu e o centro de saúde da área e um atendimento telefónico para tirar algumas dúvidas foram medidas defendidas pela ministra que deixou um alerta: «os problemas, principalmente na fase inicial da amamentação, não se passarem só entre as 8h00 e as 20h00».

Sublinhou ainda que o aleitamento materno é um «problema de todos os mundos», frisando que ainda há «muito a fazer e lutar» para acabar com as «vozes que dizem que o aleitamento materno é um problema do terceiro mundo».

«Estamos longe de ter dados nacionais»
Uma das contestações ouvidas no congresso é o facto de não haver dados nacionais sobre a adesão ao aleitamento materno. Questionada pela Lusa sobre esta situação, Ana Jorge afirmou que existem alguns dados, «não são é nacionais, são dados obtidos por grupos e equipas por regiões». A ministra explicou que todos os hospitais que se candidatam a ser «Hospital Amigo dos Bebés» têm de ter dados sobre quantos bebés estão a ser amamentados na altura do parto, aos três meses, aos seis e quando fazem um ano.

«É um trabalho que não é fácil de fazer, como é óbvio, mas uma acção entre os centros de saúde e os hospitais, através das Unidades Coordenadoras Funcionais (UCF), permite que isto seja feito», disse à Lusa. No entanto, «estamos longe de ter dados nacionais, globais e seguros», afirmou.


Segundo números de 2006*:

  • Apenas uma em cada cinco mães portuguesas amamenta de forma exclusiva até aos seis meses do bebé (recomendação da Organização Mundial de Saúde).
  • 60 por cento das mães que deixam de amamentar antes dos dois meses afirmam que o bebé estava insatisfeito.
  • A segunda causa tem a ver com o regresso da mãe ao trabalho.
  • A terceira causa invocada para o abandono da amamentação tem a ver com doença ou medicação da mãe incompatível com o aleitamento materno.
  • Cinco por cento das mulheres nunca amamentaram.

* Números do projecto Geração XXI, que está a seguir dez mil bebés nascidos nas cinco grandes maternidades do Porto até à idade adulta

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