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domingo, novembro 09, 2008

Hábitos alimentares devem ser incutidos ainda no útero


Os hábitos alimentares saudáveis devem ser incutidos nas crianças o mais cedo possível, tarefa que passa acima de tudo pelos pais, embora a escola também tenha um papel importante, defendem especialistas, por ocasião do Dia Europeu da Saúde na Cozinha, que hoje se assinala.

«É necessário educar o mais precocemente possível, desde que a criança está ‘in útero’», disse à Lusa a nutricionista Ana Rito, dedicada à nutrição infantil.

De acordo com a especialista, os pais devem «manter os hábitos saudáveis que a criança faz no primeiro ano» como dar-lhe o leite a horas certas, por exemplo. «A partir dos dois anos há uma negligência em relação a alguns aspectos e estas pequenas alterações tornam-se um problema», referiu.

Ana Rito defende que «a escola é um meio importante de educação alimentar», mas que os pais «não podem delegar toda a responsabilidade nos professores e educadores».

Também o director da escola superior de educação João de Deus defende que «tem de haver regras». «Famílias excessivamente permissivas causam malefícios às crianças, que se notam aos 14/16 anos, altura em que já não dá para voltar atrás», disse António Ponces de Carvalho.

Nos jardins-escola João de Deus, a alimentação é variada e quando as crianças não apreciam determinado alimento tenta sempre contornar-se a situação.

«No caso do peixe cozido, por exemplo, esmigalhamos as batatas e o peixe, misturamos e colocamos um pouco de azeite ou molho de manteiga. Alteramos a forma e misturamos os sabores, porque há texturas que provocam desconforto e sabores que não são apetecíveis», explicou Ponces de Carvalho.

No caso de haver «repulsa», o director defende que se «force um pedacinho, porque as crianças não podem comer apenas o que querem».

O complemento é ensinado nas aulas com ajuda da roda ou da pirâmide dos alimentos. Assim as crianças aprendem o que faz bem e o que deve ser evitado, «mas pode ser comido de vez em quando».

«Se alguém ensinar, temos a certeza que a criança aprende. Através do estudo conseguimos concluir que aos quatro anos, os miúdos já têm noção do que devem comer», disse em Junho à Lusa a professora Rosário Dias, aquando da apresentação do estudo de comportamento alimentar «Mais olhos que barriga», que na fase 1 teve como «objecto de estudo» 373 crianças de 4, 5 e 6 anos.

Para a professora e uma das autoras do estudo, «os pais devem ser os primeiros a aprender, para depois ensinarem os filhos».

As horas das refeições servem também para os mais pequenos aprenderem hábitos de higiene, a comer de garfo e faca, a beber de copos de vidro e a saber estar à mesa.

Diário Digital/ Lusa

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