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sábado, novembro 15, 2008

Falhas masculinas em 40% dos casais


Quase metade dos cerca de 400 mil casos de casais portugueses que sofrem infertilidade deve-se a factores masculinos. E grande parte tem tratamento, garante a Sociedade Portugesa de Andrologia.

Segundo o presidente da SPA, La Fuente de Carvalho, Fuente, a infertilidade masculina é um problema de saúde pública que tem sido "um pouco descuidado". E a prova está no facto de haver uma proliferação de unidades privadas de tratamento, enquanto ao nível do Serviço Nacional de Saúde a resposta é "escassa".

"Existem apenas unidades públicas nos hospitais de Santo António e S. João, no Porto, Guimarães, Gaia e Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. É um número reduzido, que dificulta o acesso às famílias com menores recursos financeiros", afirmou o especialista, à margem do I Curso de Infertilidade Masculina, que decorre no Hospital de Santo António, no Porto.

La Fuente de Carvalho congratulou-se com a intenção do Governo de alargar o número de unidades de medicina de reprodução aos principais hospitais portugueses, mas defendeu a integração de especialistas em Urologia nestas equipas.

"Em muitas situações, a infertilidade masculina tem tratamento, não devendo, por isso, engrossar a lista dos casais que aguardam pela procriação medicamente assistida", defendeu o especialista. O tipo de tratamento, explicou, "depende da causa da infertilidade e deve ser adequado a essa causa, mas em muitos casos pode ser resolvido com sucesso e permitir uma gravidez natural".

No curso sobre Infertilidade Masculina, inscreveram-se cerca de 50 especialistas de todo o país, o que superou em muito as expectativas dos organizadores, que esperavam menos de duas dezenas de inscrições.

A actualização dos aspectos de Medicina da Reprodução - o estudo da anatomo-fisiologia da via reprodutora, e o estudo e a avaliação das possíveis causas urológicas, hormonais e genéticas da infertilidade masculina são alguns dos objectivos daquela acção de formação.

La Fuente de Carvalho defende que "os procedimentos de diagnóstico devem estar sistematizados e coordenados, em simultâneo, para o casal, e o tratamento fundamentado da evidência científica actual".

Por a implementação da reprodução médica assistida ser "uma forte opção" a desenvolver no Serviço Nacional de Saúde em 2009, La Fuente de Carvalho afirmou que na sequência do curso será elaborado um documento para ser publicado e distribuído aos profissionais de Saúde que se dedicam a esta área.


In JN

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